sábado, 8 de novembro de 2008

O cabra que matou as cabras. Ou... o pum que me fez chorar

Foto de Milena Jezenka

Conheço a Cia de Teatro Nu Escuro.
Conheço cada um de seus integrantes e conheço suas trajetórias.
Conheço os trabalhos que já fizeram e, muito do que sei hoje sobre teatro aprendi com eles.
Conheço “O Cabra que matou as Cabras” desde o começo da idéia.
Acompanhei a montagem, os primeiros ensaios, a pesquisa.
Assistindo à terceira apresentação da peça, vivi momentos que nunca tinha vivido ainda.
À céu aberto, o dia lindo, claro e um sol de calor gostoso homenageavam um público de mais de 500 pessoas. A platéia, em grande parte nunca havia vivido um espetáculo teatral, atenta acompanhava o desenrolar da trama com muita risada e euforia.
Eu, que começara prestando atenção ao espetáculo, fui levado a acompanhar a vibração da eclética platéia. As reações individuais e coletivas revelavam tudo que um trabalho sério pode almejar e me emocionava.
Já contente por estar ali naquele momento, quando o juiz, interpretado pela Eliana, apareceu em cena, gordo, com movimentos lentos e, ao se ajeitar na cadeira levantou a perna esquerda soltando um estrondoso peido. A criança e provavelmente a mãe dela, à minha frente, levantaram os braços numa gargalhada sonora que se juntou ás do resto do público e se abraçaram e eu... chorei!

Marcos Amaral Lotufo
Oficina Cultural Geppeto
2004

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