quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O diálogo com o espectador

Matéria de Clenon Ferreira - Tribuna do Planalto - 22 de janeiro de 20212
http://www.tribunadoplanalto.com.br/comunidades/fora-de-orbita/13777-o-dialogo-com-o-espectador

Foto de Rubens Cerqueira.

Com a intenção do aprofundamento com a cultura popular, a companhia de teatro Nu Escuro optou por escolher a peça medieval francesa de rua A Farsa do Advogado Pathelin. O dialogo desse universo feudal europeu, juntamente com a cultura brasileira, resultou no nascimento do espetáculo O Cabra que Matou as Cabras.

Eles se apresentaram em Goiânia nas ultimas semanas, e já estão circulando em todo o país. Agora, o espetáculo se encontra na capital do Acre, Rio Branco. Em entrevista à Tribuna, o diretor do espetáculo, Hélio Froes, 35, afirma que o intuito do teatro é fazer com que o espectador seja convidado a participar das apresentações.

Froes, que também é mestrando em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, diz que um dos pontos fortes da companhia Nú Escuro é a pesquisa e a mescla de linguagens. “A música cantada e tocada ao vivo pelos atores, o teatro de formas animadas, o jogo do palhaço e dança de salão tem o intuito de seduzir o espectador e convidá-lo a dialogar com a peça.”
O espetáculo retrata os cotidianos sociais de uma mescla de diferentes culturas. Umas das questões recorrentes são o universo popular, a subversão de dogmas e valores pré-estebelecidos por meio de paródias. E o espetáculo lida com o dilema do patrão que abusa do empregado e da prepotência do judiciário.

“Tudo é em forma paródica e risível. A desigualdade social e financeira também está presente na peça, como um tema que infelizmente nunca sai da pauta cotidiana. O Cabra que Matou as Cabras é uma comédia visceral que lida com as relações de poder e hierarquia implícita no cotidiano das pessoas. Também liberta um riso festivo que não forja dogmas nem é autoritário, que exorciza os nossos medos e a nossas angustias.”

A Cia de teatro Nu Escuro trabalha em palco, rua, museus e salas alternativas. Hélio afirma que o principal objetivo é atingir o espectador. “É importante explorar os diferentes espaços para que aconteça a interação. O Cabra que Matou as Cabras é um espetáculo de rua. Mesmo que a gente adapte para o teatro às vezes, tem em sua essência o jogo com os espaços abertos e públicos.”

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