quarta-feira, 13 de junho de 2012

Obras-primas, por Auguste Rodin





Auguste Rodin | The Eternal Idol (1889) | Musée Rodin



“Como as "obras-primas" são "obras-primas", isso eu sei, e que alegria tenho em sabe-Io! É exatamente do mesmo modo que as grandes almas são grandes almas. É elevando-se ao indispensável na expressão de seus pensamentos e de seus sentimentos que o homem e o artista se realizam dignamente. Uma obra-prima é, necessariamente, uma coisa simplíssima, que só comporta, repitamos, o essencial. Todas as obras-primas seriam naturalmente acessíveis à multidão se esta não tivesse perdido o espírito de simplicidade. Mas, mesmo nesta época em que as multidões se tornaram incapazes de compreender, é não obstante com o sentimento popular, com uma "alma de multidão" que o artista deve viver para poder conceber e criar a obra-prima. Ele deve sentir com a multidão, mesmo que ela só esteja idealmente presente, o que ele deve compreender com os mestres. E os mestres também se tornam "multidão" para se apossar, pelo coração, pelo amor, do que descobriram pelo espírito.” 

Auguste Rodin, em "Grandes Catedrais".

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