Juro que fiquei apreensivo com a estréia de Preciso Olhar. Cheguei no Teatro Goiânia preocupado, como se eu fizesse parte da Cia. Nu Escuro e, por isso, tivesse nas mão uma responsabilidade enorme. Mas apreensão por que? Pela “novidade” que o Hélio Fróes tinha me falado que seria o espetáculo? Pela direção do Henrique Rodovalho?
Sei lá... acho que, na verdade, pelo fato de ter acompanhado mais ou menos de perto a história do grupo e por saber que Preciso Olhar é um espetáculo que viaja por praias nunca dantes viajadas por ele. Acho que foi por isso a apreensão. Mas eu tava sentado numa poltrona do Teatro Goiânia. Do meu lado, um amigo, Estevão, estudante de Psciologia. Ficamos, os dois, ligados no espetáculo, como se aquilo fosse nosso.
O Estevão pensava (e eu também, pra que negar?), que viria um espetáculo daqueles contemporâneos, desses que estão na moda e que eu não entendo quase nada. Falei para os amigos dos grupos Ritual e Oops, que, pelo fato deu não ter feito o teste do pezinho, meu retardamento era evidente e, nesse caso, para entender o contemporâneo, eu precisaria de uma cartilha explicando tudo direitinho.
Nem tanto, né? Nem tanto! Entendi Preciso Olhar, sem necessidade da tal cartilha. Texto massa, direção precisa, atuações na medida, dos quatro atores. Tudo numa sintonia bacana, típica das coisas do Rodovalho, profissional, ensaiado à exaustão. E típico também do Nu Escuro, já que os caras do grupo ralam mesmo e todas suas montagens são, para mim, na minha ótica, de excelente qualidade.
Não preciso dizer mais nada. O Estevão saiu do Teatro entusiasmado: “Véi, amanhã eu volto. Faz tempo não via uma peça tão boa. Pra falar a verdade, nunca vi em Goiás, um espetáculo tão correto”. Não preciso. Falar. Mais nada. Não preciso. Preciso olhar. Ah, lá isso eu preciso muito. Sempre. De preferência esses espetáculos precisos.
Carlos Brandão
Goiânia, março, últimas chuvas
Sei lá... acho que, na verdade, pelo fato de ter acompanhado mais ou menos de perto a história do grupo e por saber que Preciso Olhar é um espetáculo que viaja por praias nunca dantes viajadas por ele. Acho que foi por isso a apreensão. Mas eu tava sentado numa poltrona do Teatro Goiânia. Do meu lado, um amigo, Estevão, estudante de Psciologia. Ficamos, os dois, ligados no espetáculo, como se aquilo fosse nosso.
O Estevão pensava (e eu também, pra que negar?), que viria um espetáculo daqueles contemporâneos, desses que estão na moda e que eu não entendo quase nada. Falei para os amigos dos grupos Ritual e Oops, que, pelo fato deu não ter feito o teste do pezinho, meu retardamento era evidente e, nesse caso, para entender o contemporâneo, eu precisaria de uma cartilha explicando tudo direitinho.
Nem tanto, né? Nem tanto! Entendi Preciso Olhar, sem necessidade da tal cartilha. Texto massa, direção precisa, atuações na medida, dos quatro atores. Tudo numa sintonia bacana, típica das coisas do Rodovalho, profissional, ensaiado à exaustão. E típico também do Nu Escuro, já que os caras do grupo ralam mesmo e todas suas montagens são, para mim, na minha ótica, de excelente qualidade.
Não preciso dizer mais nada. O Estevão saiu do Teatro entusiasmado: “Véi, amanhã eu volto. Faz tempo não via uma peça tão boa. Pra falar a verdade, nunca vi em Goiás, um espetáculo tão correto”. Não preciso. Falar. Mais nada. Não preciso. Preciso olhar. Ah, lá isso eu preciso muito. Sempre. De preferência esses espetáculos precisos.
Carlos Brandão
Goiânia, março, últimas chuvas
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