domingo, 7 de março de 2010

O dia em que até o Céu chorou

Não sou ateu, creio em uma força divina que me liga a natureza e que compreende minha espiritualidade.

Isso me faz crer que possuímos um destino após a morte e que vamos para um lugar que a primeira vista me vem a imagem do céu.

Céu este que é um dos personagens deste texto. Uma triste memória de um dia que não gostaria de ter vivido, ou pelo ao menos, que tivesse vivenciado a daqui uns 40 ou 50 anos.

Faz uma semana que pedi um amigo, na verdade, perdemos. Seus familiares, companheiros da vida circense, alunos que ele tanto se dedicava e principalmente a cidade de Goiânia.

Tive a felicidade e o privilégio de assistir a sua estréia (ainda menino) como artista circense, arrebatando aplausos e sorrisos de uma generosa platéia que era formada por amigos e familiares quase que em sua totalidade constituída por moradores do Jardim Dom Fernando, bairro que ele amava e que infelizmente foi testemunha de sua partida.

Este foi Mauricinho, que para mim e para muitos, era o Palhaço Palito.

Como brilhante artista circense que era (um dos melhores que pude conhecer) não havia local melhor do que o próprio circo para que pudesse me despedir dele.

Ali tomado por emoções conflitantes, me deparei com a seguinte frase: “Palhaço não morre, viaja por aí ascendendo sonhos”.

No caminho para o sepultamento, tal frase me veio ao pensamento e compreendi que Palito já estava ascendendo nossos sonhos e assim se perpetuando em nossos corações.

O fato foi que aquela tarde nos proporcionou uma exuberante luz ao exibir um belo arco-íris, no céu. Um pouco adiante quando o caixão foi colocado na “mãe” terra, o céu chorou e uma triste chuva caiu sobre nossas cabeças, fazendo com que a lágrima que escorria pelo meu rosto se configurasse como um momento de união e reflexão com a vida e obra do amigo Palito.

Na volta para casa lá estava o arco-íris. Mais belo e mais iluminado. Neste momento tive a certeza que a frase de Marlos Pedrosa que emoldurava o painel de fotos era muito sábia, pois aquele para mim era o Palito, ascendendo nossos sonhos.

Que ele continue exercendo esta sina.

Adeus amigos, parabéns pelo que você foi e até um dia.

Lázaro Tuim.

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